Em 1924, Luria conhece Lev Vygotsky, que foi para ele uma grande influencia, e juntos iniciaram um projeto para desenvolver um ramo novo na psicologia, procurando relacionar as influencias culturais” e ”históricas" para o desenvolvimento psicológico, uma teoria do funcionamento intelectual humano fundamentada no materialismo dialético. Também participou de encontros de associações científicas sobre as discussões sobre as necessidades de reformulação e atualização do currículo e das dinâmicas adotadas nas aulas para se mesclarem a outros temas como política e rumos da “nova sociedade” em construção e envolviam não somente os professores, mas também os alunos.
Seu livro Desenvolvimento cognitivo: seus fundamentos culturais e sociais, publicado pela primeira vez em 1974, reúne dados coletados nos anos de 1931 e 1932 por Luria e uma equipe de pesquisadores na Ásia Central com o objetivo de investigar como os processos psicológicos superiores são construídos em diferentes contextos culturais. A região onde o estudo se desenvolveu (Uzbequistão e Quirguistão) havia estado tradicionalmente isolada e estagnada economicamente, apresentando alto grau de analfabetismo, predominância da religião muçulmana e do trabalho rural em propriedades individuais. No momento em que o estudo se realizou, entretanto, passava por um processo de rápidas transformações sociais. Esse período de transformações radicais consistiu numa oportunidade privilegiada para a busca de sustentação empírica para a tese de que os processos mentais são histórico-culturais em sua origem. Os resultados obtidos foram bastante consistentes, demonstrando haver alterações fundamentais no modo de funcionamento psicológico dos sujeitos conforme ocorria o processo de alfabetização e escolarização e de mudanças nas formas de trabalho.
REFERÊNCIAS:
OLIVEIRA, Marta Kohl de; REGO, Teresa Cristina. Contribuições da perspectiva histórico-cultural de Luria para a pesquisa contemporânea . Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. spe, p. 107-121, apr. 2010. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/28221>. Acesso em: 03 sep. 2017.
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